Antes de comprar
Ter um animal em casa que seja capaz de dar vitalidade, alegria e afecto desinteressado parece ser, cada vez mais, uma necessidade nestes tempos. Mas, para que a relação entre homem e cão seja uma boa experiência, isto é, que decorra de tal forma que a convivência leve ao maior bem-estar possível tanto do cachorro como dos donos, é indispensável que o animal seja acolhido em casa, cuidado e adestrado do melhor modo. Isto refere-se a todos os cães, desde o mais premiado filho de campeões ao rafeiro mais incrivel, porque cada cão, por muito obscura que possa ser a sua procedência, saberá dar satisfação e imenso carinho, pedindo em troca s6 um mínimo de atenção e de tempo.
Que raça escolher
Embora possa parecer banal escolher a raça (se se decidir por um cão de raça) é, na realidade, muito importante para evitar futuros problemas. Se, por exemplo, se vive num andar sem possibilidade de aceder a um jardim, deve evitar-se a compra de um lebréu ou de um alão. Se tiver crianças, convém orientar-se para cães que, geneticamente, demonstraram ter um carácter equilibrado e paciente; se desejar oferecer à avó um cachorro para lhe fazer companhia, não se deve levar para casa um pastor alemão ou um rotweiller, mas sim um Labrador / Golden, por exemplo!
No momento de se decidir, é importante ter em consideração o tempo que possa dedicar-lhe: o cão é um animal com um instinto forte de matilha e sofre se ficar sozinho; necessita de saídas regulares e de passeios (inclusive sábados e domingos, mesmo que chova e faça frio). Deve ser alimentado de forma regular, se tiver o pêlo longo, perde uma enorme quantidade nas mudanças de estação. Resumindo, é necessário ser coerente com a escolha que se efectuar, uma escolha que, seguramente, proporcionará enormes satisfações, mas que comportará também certos sacrifícios.
Ao comprar, deve fazê-lo pelo seguro, exigindo um cachorro com pedigree, um certificado equivalente a uma espécie de bilhete de identidade para cães que fornece informação útil sobre a estatura ou o carácter que se pode esperar do novo companheiro no futuro.
Um cão rafeiro, um cachorro, é sempre uma surpresa por causa das suas misturas de raça e, muitas vezes, costuma sofrer traumas psicológicos e físicos de diverso tipo. Por outro lado, estes mesmos motivos costumam fazer dele um cão particularmente sensível, capaz de acessos de generosidade incomparáveis e de dedicação fiel e constante, ao ponto de conseguir, com a sua simpatia e inteligência, fazer sombra aos seus companheiros de alto nível.
Se escolher um cachorro de raça ou se optar por um cachorro rafeiro, uma das primeiras coisas que se deve fazer, depois da aquisição, é uma visita ao veterinário: devem controlar-se as vacinações se o cão for proveniente de um criador ou administrá-las se o cão for encontrado na rua. O veterinário ocupar-se-á também da desparasitação, se não foi efectuada anteriormente, abrirá uma caderneta sanitária para o animal e seguirá, periodicamente, o crescimento, o desenvolvimento e os progressos do nosso querido companheiro, proporcionando-nos valiosos conselhos.
Uma última recomendação: o cão que nos acompanhará durante tantos anos não deve simplesmente satisfazer uma exigência estética e tornar-se um simbolo de estatuto. Não se deve esquecer que o cão que se vai escolher e que será nosso companheiro durante muito tempo terá de ser atendido nas suas necessidades sem que a possibilidade de que isso signifique uma sobrecarga. No prato da balança, no momento da escolha, deve pôr-se também tudo aquilo que se pode esperar de um cão, estabelecendo uma boa relação com ele.
A quem dirigir-se
Se se desejar adquirir um cachorro de raça, convém não confiar nas noções que se tenham podido obter, lendo alguma documentação específica. Aconselhamos também a dirigir-se às lojas de comércio especializado só quando estiver seguro da sua seriedade e da sua salubridade.
O ideal é contactar com um criador qualificado na raça que desejamos obter (o Clube Português de Canicultura dispõe dedocumentação a esse respeito). Quando se encontrar nas instalações do criador, deve reparar na limpeza do lugar e na forma como trata os animais. É fundamental adquirir um cachorro saudável, pelo que nos parece melhor escolhê-lo na companhia de um veterinário de confiança ou pedir ao criador um certificado do exemplar adquirido, documento que pode ser muito útil no caso de surgirem problemas.
O conselho de escolher junto de um especialista prende-se também com o facto de a aquisição do cachorro se realizar, geralmente, por volta dos 3 meses de idade, momento em que é muito difícil ver os defeitos ou taras que depois se encontrarão patentes num cão plenamente desenvolvido.
Antes de escolher o cachorro em questão, devemos observar atentamente os animais e passar, se for possível, algumas horas com eles. Isto não só nos permitirá intuir o seu carácter e a sua predisposição, mas também que, muitas vezes, no momento de escolher... também se é escolhido.
Os padrões da raça
Os padrões de raça são o conjunto de características físicas e psíquicas indispensáveis para catalogar um cão como "raça pura" e, portanto, para tornar possível a sua participação em certames e exposições. Se não tiver intenção de fazer o nosso companheiro participar nesse tipo de acontecimentos, não é imprescindível pedir que o animal que vamos adquirir cumpra exactamente as especificações do padrão da raça. Se depois se decidir a participar em exposições, pode determinar-se com exactidão até que ponto o nosso cão se ajusta ao padrão, consultando a documentação adequada.
Não esqueçamos os rafeiros
Embora no nosso conjunto de fichas não esteja representada, a "raça" mestiça merece uma referência. Não são em absoluto cães desprezíveis, tanto pela beleza de alguns dos seus exemplares como pelos seus grandes dotes de simpatia, de sensibilidade e de inteligência aguda que, muitas vezes, demonstram, assim como pelo seu preço acessível, praticamente nulo face ao que custa um cachorro de raça pura. Quem desejar adoptar um cão com estas características bastará olhar os anúncios que aparecem regularmente nos jornais ou que se encontram nos painéis das lojas de animais ou das consultas dos veterinários, Por vezes, basta perguntar a conhecidos ou vizinhos.
No entanto, é oportuno certificar-se sempre do estado de saúde do animal por meio de uma consulta imediata ao veterinário. Esta opção demonstrará rapidamente o pouco importante que é o aspecto exterior na relação com um cão e o muito que é a fidelidade, a companhia, a segurança e o afecto.
Macho ou fêmea?
Uma interrogação que formulamos e que não devemos minimizar: o sexo do cão que nos dispomos a escolher. O macho tem geralmente um carácter mais independente do que a fêmea; é também mais teimoso e em muitos casos menos equilibrado. Nos períodos de cio serve-se de qualquer meio para satisfazer o seu instinto, ao ponto de sair quando vê a porta aberta, podendo ficar um dia inteiro subindo e descendo a rua como o mais irresponsável Don Juan. Os machos maiores são dotados de uma força e de um carácter notáveis e mal adestrados são difíceis de controlar.
A fêmea é mais doce, está mais ligada à casa, mas tem o inconveniente do cio, que se apresenta duas ou três vezes ao longo do ano; nesses períodos, a cadela deverá ser vigiada para evitar gravidezes indesejadas. Cuidado, nada é impossível para um cão com cio, e uma cadela com pedigree pode facilmente rejeitar um companheiro da sua raça e aceitar a corte do rafeiro vizinho ... talvez de tamanho muito diferente do dela!
Não se esqueça também de que a decisão de ter um casal de cães formado por um macho e por uma fêmea implica muitos problemas: o macho pode tornar-se agressivo para defender a fêmea em cio, o período de cio de uma fêmea será particularmente esgotante para os que vivem em casa, sobretudo quando se deseja evitar a cópula, etc. Convém ponderar com muita atenção esta opção, não a deixar ao acaso sem lhe dar a consideração que a sua importância merece.
Algumas coisas devem ser consideradas antes de adquirir um cão
- Nunca compre um animal por impulso por que ele é para a vida toda!
- Cães desta raça são muito sociáveis e ligados às pessoas. Não compre um labrador se você não tiver tempo de lhe dar atenção.
- Os Labradores precisam de uma certa quantidade de exercício por dia. A actividade física para eles é importante não só por serem bem activos, mas também porque têm muita tendência a engordar. Escolha outra raça se não houver ninguém para levar o cachorro para caminhar bastante na rua.
- Crias de qualquer raça dão muito trabalho no início. Eles não têm noção do que estão a fazer e geralmente estragam móveis e roupas. Se você não está disposto a enfrentar esse tipo de situação, compre uma tartaruga ou um hamster, por exemplo.
- Os seus gastos não serão só com a compra da cria. Ração, vacinas, remédios, visitas ao veterinário e brinquedos pesam um pouco no bolso.
Responsabilidades do propritário
- Condições de vida que propiciem bem estar ao animal
- Local para dormir
- Alimentação adequada
- Higiene ambiental - higiene do animal
- Conhecer os períodos de desenvolvimento do animal e características comportamentais como socialização, reprodução, defesa de território.
- Conhecer e informar-se das características sociais caninas. Cães são animais de matilha e necessitam de um líder . Lembre-se de quem é o chefe! Socializar seu animal com os da mesma espécie, ou outros animais com quem ele possivelmente irá conviver.
- Socializar com amigos e parentes
- Educar e treinar
- Companhia - amor
- Passeios diários - Usar coleira e guia mesmo se o cão não for agressivo. Existem pessoas que tem medo. Podem ocorrer acidentes com outros cães.
- Basta um cão se comportar mal para convencer as pessoas que todos os cães são inconvenientes.
- Garantir a segurança de outras pessoas ou animais quando a raça for potencialmente agressiva - usar coleira, guia e açaime.
- Não estimular a agressividade canina
- Não deixar o cão dentro do carro por longos períodos
- Recolher os dejectos de vias públicas
- Vacinação e prevenção de doenças - Vermifugação
- Atendimento veterinário quando necessário
- Considerar aspectos físicos e perfil comportamental dos parceiros
Problemas e alergias
A chegada à família do "animal desejado", para além de uma imensa felicidade, seguramente que causará também certos problemas, sobretudo se não se conviveu anteriormente com um cão. A escolha de um cão deverá ser, pois, avaliada atentamente e, sobretudo, partilhada por todos os membros da família. A criação de um cão implica, de facto, um certo empenho e necessita também de algumas renúncias e da mudança de alguns hábitos. Antes de dar o grande passo é oportuno interrogar-se e reflectir sobre alguns pontos:
- Tem algum tempo livre para dedicar ao cão? Deve interrogar-se sobre se dispõe de tempo suficiente para dedicar diariamente uma parte aos seus passeios, aos seus cuidados, aos seus jogos e também fazer-lhe companhia.
- Tem bastante paciência? Sobretudo no primeiro período durante o qual o cachorro não adquiriu ainda um ritmo regular quanto às suas funções fisiológicas e, portanto, será inevitável que as faça em casa. Há que ter presente, além disso, que um cachorro é curioso, impetuoso, não tem sentido da medida…
- Tem alguém a quem o confiar na sua ausência? Não será sempre possível levar o cão consigo em férias, durante os fins-de-semana, em saldas de trabalho, etc. Deverá, pois, ter a certeza de ter uma pessoa correcta a quem o confiar. Se está fora durante a maior parte do dia e não dispõe de um jardim, deverá preocupar-se em encontrar alguém que o leve a passear.
- Suporta os pêlos que o cão larga em casa e no carro? Os cães, sobretudo os de pêlo longo, perdem-no continuamente, em particular nas mudanças sazonais. Os pêlos depositam-se irremediavelmente sobre os sofás e cadeirões, no carro e nas roupas.
- Estamos preparados para ver os móveis, sapatos ou fatos destruídos? O cachorro usará os dentes durante o penodo de dentição nos objectos mais diferentes. Gostam sobretudo de sapatos e de malas, pés e cantos dos móveis, casacos e mantad
- Todos os que vivem em casa querem ter um cão? Um cachorro é um assunto de família, todos estão implicados. É conveniente que toda a família responda com um sim à pergunta e que todos estejam convencidos de que ter um cão não ê só uma diversão.
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