Grupo 1
Secção 1- Cães Pastor
Os cães pastor têm este nome por terem sido amplamente utilizados para o manuseamento e condução dos rebanhos, embora hoje sejam utilizados em tarefas de vários tipos, inclusivamente ajudando na detecção de drogas, graças precisamente ao seu extraordinário olfacto.
A colaboração existente entre o cão e o homem encontra no pastoreio um dos seus modos naturais de expressão. Por exemplo, o Cão de Serra de Aires, o Mastim Espanhol ou o Cão Pastor Marammano-Abruzzese protegem o rebanho de ataques das raposas, e especialmente do lobo, e outras raças como o 60S d' Atura ou o Border Collie evitam que o gado se disperse; reúnem as ovelhas e conduzem-nas até ao local onde serão recolhidas pelo pastor.
O trabalho de um cão pastor sempre nos surpreende pela inteligência desenvolvida pelo animal em consequência do êxito do seu próprio trabalho. Os pastores emitem sons e assobios, que os cães entendem na perfeição; nunca perdem uma cabeça de gado ou deixam que estas invadam terrenos semeados. O pastor e o seu cão formam um todo. A simbiose cão-pastor é quase tão antiga como a própria humanidade e supôs para ambos uma profunda transformação mental.
Quando o caçador primitivo compreendeu que mantendo vivas no curral algumas das suas peças de caça, assegurava o sustento de todo o ano, converte-se em pastor. O cão, até então, ajudou-o nos trabalhos da caça, em troca de poder saciar-se com os restos do animal já morto, devia adaptar-se à nova situação. Isto supõe uma verdadeira revolução etológica no próprio cão.
O cão aprenderia então a respeitar primeiro e a guardar (vigiar) os animais que antes perseguia. Os cães herdaram a capacidade do pastoreio dos seus antepassados, dos canídeos selvagens que caçavam em manada. Quando o cão começa a correr de um lado para o outro, atrás de um grupo de ovelhas, mantém o rebanho reunido com a mesma táctica que os lobos utilizavam para isolar a sua vítima. Apenas se alterou a finalidade.
A inteligência natural do cão é patente nos cachorrinhos pastores que são capazes de fazer o trabalho de uma dezena de lobos. O cão pastor desloca-se em torno do rebanho, rodeando-o para evitar que os animais se afastem e obrigando a dirigirem-se para o centro e, desta forma, consegue manter o rebanho reunido.
Secção 2 Boeiros (Excepto Boeiros Suíços)
Dentro dos cães pastor, alguns exemplares caracterizam-se pelo trabalho com o gado bovino, em vez dos tradicionais rebanhos de ovelhas ou cabras e, por essa razão, deu-se o nome de boieiros aos cães que conduziam o gado bovino. São cães como o tradicional Bouvier des Flandres ou o nosso Cão de Fila de São Miguel potentes e grandes.
Mas, juntamente com estas raças, verdadeiros especialistas do gado bovino, outras raças de pastoreio como o Pastor Belga, o Bearded Collies ou o Pastor de Brie foram muito eficazes nestes mesmos trabalhos, pois o seu tamanho é suficientemente grande para imprimirem e obterem respeito do gado.
Aqui somos obrigados a mencionar o peculiar grupo dos boieiros, os britânicos Welsh Corgi Cardigan e o Welsh Corgi Pembroke, que foram criados no sentido inverso dos cães continentais, que se procurou uma estatura mais baixa para que pudessem morder (beliscar) as patas do gado. Os Corgi chegaram a ser tão apreciados na Grã-Bretanha chegando mesmo a serem avaliados e terem o mesmo valor que um novilho.
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