Cães entendem quando donos estão tristes

Um estudo realizado por uma equipa da Universidade de Londres e publicado em Maio no jornal Animal Cognition
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É provável que, se tem um cão, já tenha passado por um momento em que, ao vê-lo chorar, o seu "amigo de quatro patas" se aproximou, parecendo querer consolá-lo. Agora, uma nova investigação sugere que estes animais respondem, de facto, às lágrimas, embora a sua compaixão para com a dor humana ainda não tenha sido comprovada cientificamente.

Um estudo realizado por uma equipa da Universidade de Londres e publicado em Maio no jornal Animal Cognition mostrou que os cães têm mais probabilidades de se acercar de uma pessoa que chora do que de alguém que fala ou cantarola, respondendo a esta demonstração de sofrimento com comportamentos dóceis.

"O facto de os cães conseguirem distinguir alguém que chora de alguém que canta indica que a sua resposta ao choro não é apenas movida por curiosidade", explica Deborah Custance, psicóloga envolvida na investigação, citada pelo portal LiveScience.

"Em vez disso, acreditamos que o choro comporta um maior significado emocional para os cães, provocando neles uma resposta mais intensa em termos gerais do que o ato de cantar ou de falar", acrescenta a especialista.

Para chegar a esta conclusão, Custance e a colega Jennifer Mayer recrutaram 18 cães de diversas raças e os seus donos com o objetivo de perceber se os animais responderiam ao choro com empatia e compaixão, numa experiência que teve lugar nas próprias casas dos voluntários.

Ao entrar em casa, Mayer ignorava o cão para que este demonstrasse pouco interesse por ela e, depois, a especialista e a dona conversavam, choravam e cantavam de forma aleatória.

Cães estudados responderam à emoção humana

Dos 18 cães envolvidos no estudo, 15 aproximaram-se do dono ou da cientista quando estes choravam, ao passo que apenas seis se aproximaram enquanto cantavam, o que, de acordo com as investigadoras, sugere que é o conteúdo emocional e não a curiosidade que os faz agir.

"Os cães aproximaram-se de quem quer que estivesse a chorar, independentemente da sua identidade. Portanto, estavam a responder a uma emoção humana e não às suas próprias necessidades, o que é um indicador de um comportamento empático como é, por exemplo, o de oferecer consolo", salienta Mayer.

Além disso, as investigadoras observaram também que, dos 15 cães que se juntaram a quem chorava, 13 fizeram-no com uma linguagem corporal que denotava submissão, como a cauda ente as pernas ou a cabeça baixa, o que também sustenta a tese da empatia.

"Não afirmamos que o nosso estudo forneça respostas definitivas para a questão da empatia nos cães", esclarecem as autoras. Ainda assim, realçam, as conclusões em causa abrem horizontes a mais estudos "sobre a vida emocional dos cães, que podem variar desde a forma como as diversas raças reagem às emoções dos donos até ao modo como os animais compreendem a diferença entre gargalhadas e lágrimas".

Consulte o estudo publicado no Animal Cognition.

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